segunda-feira, 7 de maio de 2012

Nicolau Copérnico


Para Lutero, a razão era "uma cortesã do diabo". Para os doutores do Concílio de Trento, a "fé não só excluía qualquer dúvida, mas o próprio desejo de submeter a verdade à demonstração".
Opiniões dogmáticas como essas pareceriam chocantes hoje, e também na Antigüidade, ou, no fim da Idade Média, quando o pensamento cristão era regido pela escolástica. Mas no tempo de Lutero, e em todo o século XVI, a Reforma protestante, seguida da Contra-Reforma católica, conduziu o pensamento europeu a posições radicais. Foi o tempo das guerras religiosas, do fanatismo intransigente e do suplício de pelo menos 30 mil mulheres acusadas de feitiçaria.
Nesse clima apaixonado, seria uma perfeita heresia insistir na teoria heliocêntrica. A idéia ptolemaica de que a Terra era o centro do Universo passou a constituir um artigo de fé, confirmado por passagens da Bíblia; nem católicos nem protestantes poderiam contestá-la.
Como se explica que a teoria de Copérnico haja vencido essa barreira de obscurantismo religioso? Pelo menos três fatores concorreram para isso. Em primeiro lugar, o caráter técnico...

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